Estágio

01-01-2023
Imagem 1 - Estágio
Imagem 1 - Estágio

Fonte: AGROPOS

Foi possível ser-me concedida creditação à Unidade Curricular de Estágio pelo facto de ter realizado, de março a julho de 2022, orientação de oito estudantes de licenciatura da Universidade Católica Portuguesa no "Ensino Clínico 4 - Cuidados à Pessoa com Doença Aguda" num total de 155 horas e, de outubro de 2022 a fevereiro de 2023, orientação de oito estudantes no "Ensino Clínico 3 - Cuidados à Pessoa com Doença Crónica" num total de 154 horas. Ambos os estágios decorreram no internamento 4B (internamento de medicina interna) no Hospital da Luz de Lisboa sob responsabilidade da Prof. Dr.ª Ana Rita Câmara Pestana Almeida Alves.

Tal como já tinha feito referência anteriormente, durante estas orientações de estudantes, não tendo nenhuma formação na área da supervisão ou educação, fui-me baseando nas minhas experiências pessoais enquanto estudante e supervisada para construir a minha identidade, no momento, como supervisora. Também o facto de ter vivido esta experiência e responsabilidade com uma colega foi positivo na medida em que, juntas, fomos partilhando ideias, discutido dúvidas e encontrando soluções de forma a trilhar o caminho que considerávamos ser o mais correto. Mesmo com as dificuldades da inexperiência nesta área considero que fomos aprendendo, juntamente com os estudantes, a desempenhar este papel de forma a que também o feedback deles acabasse também por ser positivo. 

Porém é inegável a importância de realizar formação nesta área, desenvolvendo em nós as competências necessárias para conseguirmos potenciarmos ao máximo as aprendizagens dos estudantes.

Ainda no decorrer desta Pós-Graduação tive oportunidade de orientar novamente oito estudantes da licenciatura da Universidade Católica Portuguesa, de março a julho de 2023, no "Ensino Clínico 4 - Cuidados à Pessoa com Doença Aguda". Com os conhecimentos e competências já adquiridas na Pós-Graduação nesta fase, foi possível implementar algumas alterações que ditaram uma grande diferença, pela positiva, no processo de supervisão, como por exemplo:

  • No primeiro dia de ensino clínico para além da apresentação do espaço físico do hospital e serviço, dos profissionais e de nós, enquanto orientadoras foi disponibilizado um tempo mais alargado para a apresentação dos estudantes. Se antes, neste dia, procurávamos saber simples informações como o nome, idade e último local de ensino clínico, desta vez procuramos conhecer melhor os estudantes questionando, por exemplo, o que fazem nos tempos livres e quais as suas perspectivas e objetivos para o presente ensino clínico. Quisemos saber em que competências consideram ter mais facilidades em desenvolver e quais gostariam de desenvolver mais neste ensino clínico, visto que já tiveram experiências anteriores. Quisemos saber quais as suas maiores dúvidas e receios e acabámos por neste primeiro dia desmistificar, entre outras coisas, alguns mitos e estereótipos que existem em relação ao "hospital privado". 

  • Neste primeiro dia, passámos também a fazer uma breve apresentação do tipo de cuidados prestados no internamento e se anteriormente fazíamos esta apresentação por patologias mais prevalentes desta vez fizemo-lo por diagnósticos de enfermagem mais prevalentes;

  • Se anteriormente tomávamos como certo que os estudantes já tinham conhecimento de quais eram objetivos delineados para o ensino clínico através do guia orientador, desta vez fizemos questão de esclarecer o que esperávamos deles nas próximas semanas: o tipo de conhecimentos que deveriam deter, a importância do estudo autónomo  e da fiabilidade das fontes utilizadas neste estudo, a importância do trabalho em equipa multidisciplinar, do esclarecimento de dúvidas, da proatividade e da responsabilidade, da assiduidade e pontualidade, entre outros;

  • No decorrer do ensino clínico fomos mantendo o processo de enfermagem como a base de todos os cuidados prestados, sendo formulado diariamente um plano de cuidados para cada utente com a definição de diagnósticos de enfermagem, resultados esperados, intervenções de enfermagem e a devida avaliação diária do mesmo;

  • Passámos a implementar uma rotina de reflexão diária no final de cada turno, sendo disponibilizado feedback de cada dia de ensino clínico.

  • A avaliação intermédia que antes realizámos por escrito, através do envio do documento de avaliação preenchido e um texto com sugestões de melhoria passámos a realizar de forma formal através de uma reunião presencial e individual com cada estudante com o objetivo de percebermos a sua perspectiva acerca do seu desenvolvimento até à data, preocupações, dificuldades e dúvidas que estivessem a sentir. Por outro lado serviu para expor quais as expectativas como orientadoras, o que melhorar e os objetivos a atingir até ao final do ensino clínico.

Imagem 2 - Desembaciar o vidro
Imagem 2 - Desembaciar o vidro

Estas que parecem pequenas alterações realizadas neste nosso processo de supervisão, levaram ao desenvolvimento de uma experiência de ensino clínico mais "fluída".

No fundo, a maior clarificação dos objetivos, expectativas e sentimentos, o feedback e a partilha diária desembaciaram o vidro pelo qual todos os intervenientes observaram esta experiência de ensino clínico.


Fonte: Jornal Ciência                         

Estes foram as melhorias que consegui implementar à data, ficando com a plena consciência que muito existe ainda a melhorar nos próximos processos de supervisão clínica com base em tudo o que aprendi nesta Pós Graduação.



© 2023 Catarina Costa, a Viajante - Portfólio Individual
Pós-Graduação em Supervisão Clínica em Enfermagem 
Universidade Católica Portuguesa 
Desenvolvido por Webnode Cookies
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora